Nota de Repúdio - Agressão a Jornalista na Universidade Católica

O Volt Portugal repudia veementemente os acontecimentos de hoje na Universidade Católica, em Lisboa, que incluem a agressão a um jornalista do Expresso e que envolvem membros do Chega, partido liderado por André Ventura.

16 de jan de 2024
Jornalista do Expresso agredido em evento universitário com líder do Chega

Consideramos que a agressão a um jornalista do Expresso durante um evento na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, e no exercício das suas funções é um ataque direto à liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais de uma democracia saudável. O Volt Portugal condena qualquer forma de violência, intimidação ou ameaça contra jornalistas, cujo papel é vital para a manutenção da democracia e para informar a população de forma imparcial e transparente.

Estes eventos são sintomáticos de um preocupante agravamento do discurso polarizado do Chega. Recentemente, um dos militantes do partido afirmou publicamente ser fascista e, na sua convenção, foi feita a promessa de corte dos apoios públicos para o trabalho científico de fundações e observatórios, que consideramos serem fundamentais para o desenvolvimento e crescimento do país, e para projetos de defesa da igualdade de género, dos direitos humanos e do combate às alterações climáticas.

Para o Volt Portugal, este tipo de declarações públicas são incompatíveis com os princípios democráticos. No ano em que se assinala o 50.º aniversário da revolução do 25 de Abril, rejeitamos categoricamente a promoção de ideologias fascistas na política nacional e apelamos a todos os partidos políticos com assento parlamentar, ao Presidente da República e a todos os cidadãos que condenem inequivocamente tais comportamentos.

A Universidade Católica Portuguesa, como instituição de ensino, deve ser um espaço de debate e diálogo construtivo. O Volt Portugal insta as autoridades académicas a garantirem que a liberdade de expressão e a diversidade de opiniões sejam respeitadas, promovendo assim um ambiente educacional que reflete os valores democráticos do país.

Relembramos, ainda, que a agressão a jornalistas é um crime público, tal como referido no comunicado do Sindicato dos Jornalistas partilhado com as redações e, por isso, exigimos uma investigação completa e imparcial sobre o incidente, assegurando que os responsáveis sejam levados à justiça.

O Volt Portugal reafirma o seu compromisso com a defesa dos valores democráticos e insta a sociedade a permanecer vigilante contra qualquer tentativa de minar a liberdade, seja ela política, de imprensa ou académica. O fascismo não tem lugar numa democracia consolidada, e é responsabilidade de todos nós garantir a preservação dos nossos princípios fundamentais.