Hidrogénio Verde: Quando a burocracia polui

Nesta semana em que se celebra em Bruxelas a Semana Europeia do Hidrogénio (18 a 22 novembro), por co-organização da Comissão Europeia, trazemos-te algumas reflexões sobre o uso e potencial do hidrogénio para liderar a transição verde.

19 de nov de 2024

O recente relatório da Business Europe dá o alerta. A transição energética na Europa e os objetivos até 2030 para a redução de emissões estão em causa. Porquê? Porque os projetos relacionados com o hidrogénio verde, um dos recursos fulcrais para este objetivo, estão a enfrentar entraves burocráticos, nomeadamente na aprovação dos projetos. 

O mesmo relatório apela à consideração da hipótese de armazenagem de carbono capturado em países terceiros. 

O Volt chama a atenção para o risco que isto representa para uma transição energética justa, que empodere os cidadãos e as empresas locais, e não apenas os grandes projetos multinacionais. Para que isto aconteça, é preciso agilizar processos de produção de hidrogénio verde. 

O Volt defende que o hidrogénio é um dos recursos que deve protagonizar o renascimento industrial, respeitoso das alterações climáticas, e a auto suficiência da Europa em 2040. 

Como tal, propomos nos nossos programas eleitorais: 

- Criar motores de desenvolvimento nacional e regional em Portugal, em distritos do Norte Litoral e Setúbal. 

- Que os projetos empoderem cidadãos e empresas locais, garantindo que o recurso da região crie empregos e crescimento económico, sem apropriamento de megaprojetos multinacionais. 

- Apoiar a pesquisa sobre desenvolvimento de redes de energia inteligentes, novas soluções tecnológicas de produção e armazenamento de energia. 

- Promover, na Europa, a construção de novas estruturas que permitam a produção de hidrogénio com baixo teor carbónico até 2040. 

- Apoio a embarcações de pesca movidas a hidrogénio verde. 

A transição para uma economia de hidrogénio verde apresenta-se como uma oportunidade crucial para liderar a mudança necessária na Europa rumo à sustentabilidade e à neutralidade carbónica.

É fundamental que os políticos compreendam a urgência de agilizar processos e fomentar investimentos em projetos que beneficiem as comunidades locais, promovendo o desenvolvimento socioeconómico de forma justa e inclusiva. Investir em investigação, infraestrutura e redes de energia inteligentes é vital para garantir que a Europa não apenas atinja suas metas climáticas até 2030, mas também redefine a sua auto-suficiência até 2040. Com um compromisso claro e ação decisiva, o hidrogénio verde pode ser o motor de um renascimento industrial que respeita o planeta e beneficia todos os cidadãos.