Posição do Volt sobre a guerra na Ucrânia
A Europa deve assumir a responsabilidade de fazer tudo o que for necessário para ajudar a Ucrânia a vencer
Trump regressará à Sala Oval a 20 de janeiro. Disse que iria terminar a guerra na Ucrânia em 24 horas. No entanto, com base em declarações anteriores e nas nomeações feitas, a sua estratégia permanece incerta. No pior cenário, poderá forçar a Ucrânia a negociar numa posição de fraqueza, destruindo um estado ucraniano viável e fortalecendo desta forma Putin para um futuro conflito direto com uma UE enfraquecida. A União Europeia tem 47 dias para se preparar e assegurar o destino do nosso continente, ou Trump decidirá por nós.
Uma ação decisiva pode evitar a repetição da fatal política de apaziguamento dos anos 30. A Rússia já decidiu que está em conflito com a Europa. Putin apostou a sua legitimidade na guerra e não vai parar. No entanto, a economia de guerra russa está a atingir os seus limites e pode colapsar. Putin está com medo. É precisamente por isso que não devemos ceder à chantagem nuclear. Cabe-nos a nós inclinar a balança a favor da Ucrânia.
Temos os meios para o fazer. Mas isso começa com uma teoria concreta de vitória para alcançar uma paz abrangente, justa e duradoura. Por isso, o Volt lutou pela seguinte linguagem na mais recente resolução do Parlamento Europeu sobre a Ucrânia, na semana passada:
“A UE deve identificar uma solução pacífica para a guerra, baseada na Fórmula de Paz e no Plano de Vitória da Ucrânia, com uma estratégia clara, objetivos específicos e um roteiro concreto.”
Precisamos de criar um plano concreto que inclua as seguintes medidas. Se necessário, apoiamos uma coligação de países dispostos a avançar mais rapidamente e com maior ambição para atingir esses objetivos. Apelamos à UE e aos seus Estados-Membros para que:
Âmbito financeiro
Confisquem imediatamente a totalidade dos 300 mil milhões em ativos russos congelados.
Aumentem a produção na UE com aquisições conjuntas e invistam na defesa ucraniana, facilitando a produção em massa de drones e mísseis de longo alcance.
Invistam significativamente acima das metas nacionais de 2% para assegurar a prontidão de defesa, podendo isso ser financiado de várias formas, sendo os Eurobonds a opção mais eficiente.
Comprometam pelo menos 0,5% do PIB para apoio direto à Ucrânia e 0,5% para o desenvolvimento conjunto da defesa da UE.
Combatam a frota-sombra russa de petroleiros e apliquem (novas) sanções de forma rigorosa.
Ofereçam garantias respaldadas pela UE para reduzir o risco de investimentos nos setores económicos críticos da Ucrânia.
Âmbito militar
Apoiem os Estados-Membros dispostos a intercetar ataques aéreos russos à Ucrânia que ameacem diretamente o espaço aéreo da NATO, e estabeleçam capacidades de defesa aérea no oeste da Ucrânia.
Apoiem o treino de soldados ucranianos no próprio território ucraniano e libertem soldados de tarefas não-combatentes, como engenharia, reparação e assistência médica.
Aumentem o fornecimento de armas, incluindo os TAURUS, e removam todas as restrições ao seu uso.
Âmbito político
Eliminação definitiva do veto de Orbán ou a criação de um acordo intergovernamental pelos outros 26 países para desbloquear o apoio à Ucrânia e as sanções à Rússia.
Disponibilizem um caminho claro para a adesão da Ucrânia à NATO como condição prévia para quaisquer negociações de paz. Entretanto, forneçam garantias de segurança credíveis e apoio para proteger a Ucrânia.
Expandam o Mecanismo de Apoio à Ucrânia para acelerar a adesão à UE e a reconstrução do país.
Estabeleçam uma capacidade dissuasora credível não-nuclear para prevenir futuras agressões russas.
Os europeus não têm nada a temer senão o próprio medo. Este momento crítico oferece-nos a oportunidade de devolver a paz ao nosso continente. Estamos confiantes de que podemos fazê-lo. A qualquer custo.
Posicionamento criado e assinado pela Equipa do Parlamento Europeu do Volt e apoiado pelo Volt Europa.
Volt Ucrânia
O Volt tem presença na Ucrânia. O Volt Ucrânia está aqui para os ucranianos, tanto no seu país como no estrangeiro - 44 milhões de pessoas. Estamos a construir pontes entre os nossos países, aproximando-nos, mesmo enquanto a guerra no nosso continente tenta afastar-nos.