Duarte Costa e Rhia Lopes, candidatos às Europeias de 2024 pelo Volt Portugal, visitam Figueira da Foz para tratar problemas regionais e ambientais
Os candidatos às Eleições Europeias de 2024 pelo partido Volt Portugal, Duarte Costa e Rhia Lopes, realizaram um roteiro pelo município da Figueira da Foz no último sábado (22/07), onde se encontraram com membros da distrital do Volt de Coimbra para abordar diversas questões que têm afetado a população local em seu dia a dia.
Durante o encontro, foram discutidos temas cruciais para o desenvolvimento regional, a saúde e o bem-estar da população. Um dos locais visitados foi a Serra da Boa Viagem, onde estão em andamento projetos de regeneração da biodiversidade e limpeza florestal para a prevenção de incêndios.
Na Praia da Claridade, cartão postal da cidade, os candidatos encontraram-se com um porta-voz da defesa da biodiversidade e aves que utilizam vegetação crescente na areia. Este é um dos temas que tem trazido polémica pelas afirmações do atual presidente da Câmara, Santana Lopes, que durante a campanha eleitoral queria “limpar o areal”, ao contrário das recomendações das associações ambientais.
Duarte Costa e Rhia Lopes, junto com a equipa do Volt Coimbra, foram contrários com a possibilidade de se retirar este património natural da praia, alegando que, “numa zona que não terá qualquer outra utilidade de se retirar a beleza vegetal deste refúgio para aves”, afirmaram enquanto estiveram reunidos com especialistas e moradores locais.
“A Figueira da Foz deveria procurar ser referência na União Europeia como cidade preparada para a subida do nível médio do mar e que combina uma praia natural com serviços ecossistêmicos como a fixação de areias com a conveniência da proximidade urbana. Percebo e estou de acordo com os cidadãos e organizações ambientais que reconhecem que ninguém ganha com a praia Claridade tornar-se num espaço estéril, sem vida e apenas para usufruto de banhos nos meses de verão.”, afirmou Duarte.
Um dos problemas ambientais também discutidos foi a obra do bypass de areias que permite salvar o desaparecimento da praia do Cabedelo e da erosão para sul no distrito de Leiria e gerir melhor o areal na Claridade. As falhas na implementação do projecto “EuroVelo”, que prevê cobrir a costa portuguesa com uma ciclovia ligada ao resto da Europa, prejudica a mobilidade sustentável e a possibilidade de desenvolver actividades económicas relacionadas com cicloturismo.
“Projetos que poderiam impulsionar essa atividade e gerar receitas para esta região têm enfrentado obstáculos no ordenamento da costa portuguesa e deixado o EuroVelo numa ‘manta de retalhos’ que não permite o propósito do EuroVelo: viajar a costa portuguesa de bicicleta e permitir uma transição nos hábitos de mobilidade das populações locais. ”, comentou Duarte.
Em relação ao Porto da Figueira da Foz, Duarte Costa e Rhia destacaram a sua importância para a região Centro de Portugal, bem como para as exportações espanholas. Eles enfatizaram a necessidade de uma melhor articulação com a ferrovia, a fim de otimizar o potencial do porto e aumentar sua conexão com o resto da Europa.
A visita também abrangeu Lavos, uma freguesia da Figueira da Foz, que segundo os candidatos, é “um dos territórios frequentemente esquecidos em Portugal e na UE, longe da sede de concelho ou dos centros urbanos destinada a receber as indústrias sujas da pecuária intensiva e processamento animal, do plástico e da celulose. Rodeada de emissões e odores que impactam a saúde e bem-estar da população que aqui vive. Este é um dos lugares da União Europeia que mais precisa de leis europeias que garantam a qualidade de vida de aqui viver, em igualdade com qualquer outro europeu na UE.”
No encontro com dirigentes da Associação Ambiental de Lavos, os dirigentes apontaram a ausência de legislação europeia que regule odores provenientes dessas atividades industriais como um problema que prejudica a qualidade de vida dos moradores. Rhia Lopes, candidata e assistente parlamentar no Parlamento Europeu no comité de Agricultura, assinalou que “lamentavelmente há duas semanas quando se debatia no Parlamento Europeu uma nova diretiva sobre emissões industriais, os grupos de interesse dos grandes agricultores e pecuaristas, forçaram através das influências que exercem na Comissão e no PPE e extrema direita no Parlamento Europeu, a exclusão desta diretiva deste tipo de atividades intensivas e danosas para o ambiente e saúde das populações locais como as que vemos aqui em Lavos. É aqui que o Volt na UE faz falta, em proteger a saúde e qualidade de vida de todos os europeus”.
Ao final da visita, Duarte Costa relembrou o enorme potencial de Figueira da Foz como uma cidade da União Europeia, destacando a sua localização privilegiada, servida por autoestradas e ligação ferroviária. No entanto, enfatizou que a falta de uma visão de futuro de prosperidade tem impedido o pleno desenvolvimento econômico e social do local em linha com a sustentabilidade ambiental.
“É esta falta de visão que me trouxe ao Volt e reforça a convicção que é possível pela democracia alcançar um futuro na Europa, aqui na Figueira da Foz, verdadeiramente sustentável, próspero e socialmente justo. Este roteiro de campanha só foi possível graças aos voluntários e membros do Volt no distrito de Coimbra e em especial no concelho da Figueira da Foz que estão a arrancar com uma nova Voltagem para contribuir na construção de um modelo econômico que promova o bem-estar, a prosperidade social e econômica e o desenvolvimento sustentável”, garantiu.
A recepção de Duarte Costa e Rhia Lopes na Figueira da Foz foi calorosa, entre moradores e dirigentes associativos que demonstraram interesse em serem ouvidos e mostraram-se dispostos a acompanhar os trabalhos e políticas dos candidatos em busca de soluções para os problemas enfrentados pela cidade no contexto da União Europeia.