Entrevista de Miguel Amador, cabeça de lista por Braga, ao Diário do Minho
Na Saúde, o Volt diz lutar por descentralização e autonomia dos modelos de gestão. Na Educação, defende uma preparação crítica e tecnológica

Diário do Minho (DM) – A escolha dos cabeças de lista e dos candidatos a deputados traz, muitas vezes, desacordos e até polémicas. Passada esta fase, estão todas as tropas mobilizadas para o combate político?
Miguel Amador (MA) – O Volt opera num modelo de governança bottom-up, destacando-se por permitir que todos os seus membros participem ativamente na escolha de candidatos. Esta abordagem promove diversidade e inovação, assegurando que os candidatos estejam profundamente alinhados com as necessidades e expetativas das comunidades. O Volt Portugal, sendo parte de um partido pan-europeu, beneficia de uma rede extensa de colaboração e partilha de expertise entre países, o que fortalece a nossa capacidade de implementar soluções eficazes a nível local e regional. Este modelo inclusivo e colaborativo não apenas unifica o partido, mas também posiciona o Volt como um bastião de democracia participativa dentro da política portuguesa. Isto também significa que, em Braga, podemos trazer novas perspetivas e propostas de toda a Europa que ressoem fortemente com as ambições e desafios locais.
DM – De forma sucinta, quais as áreas ou objetivos prioritários para melhorar a vida dos cidadãos do distrito?
MA – Em Braga, a nossa abordagem prioriza um conjunto de temas interligados que visam transformar de forma positiva a qualidade de vida dos seus residentes. Na habitação, não só queremos aproveitar imóveis devolutos, mas também introduzir estímulos à criação de cooperativas habitacionais que possam facilitar o acesso à casa própria de forma acessível. A questão da mobilidade será revolucionada com investimentos robustos não só na ferrovia, mas no desenvolvimento de uma infraestrutura ciclável segura e abrangente, além de melhorar a interligação dos diversos modos de transporte com sistemas de bilhética integrada. O desenvolvimento económico focado em setores de futuro é vital, incluindo a promoção de indústrias ecológicas e digitais, que são acompanhadas por programas de requalificação e aperfeiçoamento profissional contínuo para alavancar o talento local, inserindo Braga no mapa como um centro de inovação.Cultural heritage tours
DM – Na Saúde, quais são as suas propostas do Volt para o distrito?
MA – Na área da saúde, lutamos por uma verdadeira descentralização e autonomia dos modelos de gestão, o que facilitaria uma maior eficiência e inovação no SNS. Ao fortalecer a articulação entre o setor público e privado, seremos capazes de proporcionar cuidados mais acessíveis e de qualidade superior, centrados no paciente. Os cuidados de saúde primários são reforçados como linha da frente na prevenção, enquanto serviços de saúde mental e iniciativas de saúde preventiva são incrementadas, com programas como rastreios alargados e consultas domiciliares digitais, otimizando o acesso e diminuindo a sobrecarga nas unidades de saúde.
DM – E na Educação?
MA – Propomos a revisão curricular com foco na preparação crítica e tecnológica dos alunos para um futuro onde a inteligência artificial é central. Isto inclui não só a introdução de temas sobre ética e pensamento crítico no uso de tecnologia, mas também a expansão do acesso à programação e robótica desde cedo. O Ano Zero permitirá aos estudantes explorar vocações e ganhar experiência prática através de estágios ou programas de voluntariado, incentivando uma transição mais consciente para o ensino superior. Apostamos também em fortalecer a cooperação entre universidades e iniciativas empresariais, fomentando pesquisa aplicada que traga soluções inovadoras para os desafios locais e globais.
DM – No que diz respeito à Habitação, um dos grandes problemas do distrito e do país. O que é que o seu partido propõe?
MA – Para enfrentar o desafio da habitação, o Volt propõe políticas abrangentes que não só tratam da oferta, mas também da sustentabilidade e inovação no setor. Com um foco em projetos de habitação pública, queremos introduzir incentivos fiscais para modernização eficiente de energias, promovendo o uso de tecnologias de construção sustentável. Defendemos ainda a desburocratização de processos de licenciamento imobiliário e a facilitação do financiamento para jovens e famílias em dificuldades, assegurando que todas as pessoas possam ter uma habitação digna e acessível.
DM – Em jeito de conclusão, diga porque é que os cidadãos que moram no distrito de Braga devem votar no seu partido e não em outra candidatura?
MA – Nós, no Volt, acreditamos firmemente numa Europa unida e robusta – uma visão cada vez mais relevante e necessária. Defendemos uma Europa Federal com capacidade para se impor e resguardar os valores democráticos perante uma ordem mundial em constante mudança. Além disso, o Volt angaria discussões cruciais para a política nacional, abordando temas como a inovação, a transição ecológica, e o papel de Portugal na UE, sem se deixar limitar por ideologias ultrapassadas. A nossa presença crescente no Parlamento Europeu reflete a confiança em nossas ideias e propostas, que também desejamos trazer para o Parlamento português um partido Liberal Social, oferecendo uma alternativa pragmática, inclusiva e visionária que ressoa profundamente com os valores de muitos cidadãos no distrito de Braga e além.