Grupo Lusiaves e a violência contra animais nas suas explorações
O Volt repudia veementemente as recentes imagens divulgadas pela Frente Animal, que expõem atos de extrema violência contra aves numa exploração pertencente ao Grupo Lusiaves, em Coimbra (Figueira da Foz). As imagens, captadas no início de novembro de 2024 e divulgadas agora, revelam práticas chocantes de maus-tratos a animais, incluindo espancamento, atropelamento intencional com empilhadoras e abandono de aves feridas à morte lenta.

Este caso, longe de ser um incidente isolado, reflete um problema sistémico na indústria pecuária em Portugal e na Europa. Infelizmente, é mais uma vez o incansável trabalho das ONGs que expõe a realidade cruel por trás da produção intensiva de carne, enquanto os mecanismos de fiscalização e as políticas públicas falham em garantir um verdadeiro compromisso com o bem-estar animal.
Impacto no Bem-Estar Animal e na Saúde Pública
Para além das graves violações dos direitos dos animais, esta investigação levanta sérias preocupações sobre a saúde pública. A carne proveniente destas explorações é comercializada em Portugal, em superfícies comerciais como o Pingo Doce, com um selo de "alto bem-estar animal" (AENOR), iludindo os consumidores e comprometendo a confiança no sistema de certificação alimentar.
Este caso reforça a necessidade urgente de uma reavaliação criteriosa dos selos de bem-estar animal (e de outras causas), que, para o Volt, deveriam derivar de um quadro regulatório harmonizado Europeu, combatendo a multiplicidade de certificações individuais e critérios . Os selos em questão devem garantir que são refletidas as condições reais de produção, não devendo servir apenas como ferramentas de marketing.
Mudanças Necessárias
O Volt defende uma reforma profunda das leis de proteção animal a nível nacional e europeu, assegurando a erradicação de práticas cruéis na produção animal. Entre as medidas necessárias, destacamos:
Atualização das leis de bem-estar animal em Portugal e a nível Europeu.
Revisão dos Critérios de Certificação: O Volt apoia a implementação de um selo de bem-estar animal a nível europeu para evitar a multiplicidade de selos privados e pouco transparentes, e estabelecer normas rigorosas para a sua atribuição.
Proibição de Raças de Crescimento Rápido: O uso de linhagens geneticamente modificadas para crescimento acelerado compromete o bem-estar físico das aves - e outros animais - e deve ser revisto.
Videovigilância Obrigatória nos Matadouros e mais Inspeções: A instalação de câmaras de monitorização nos matadouros e explorações agropecuárias ajudaria a garantir a fiscalização e prevenção de abusos; e a realização de mais inspeções não-anunciadas permitiria promover um maior respeito pelas normas por parte das explorações, em princípio.
Promoção de Políticas Alimentares Sustentáveis: As escolhas dos consumidores devem ser orientadas por políticas que incentivem alternativas mais sustentáveis e reduzam a dependência de produtos de origem animal, aliviando a pressão sobre o setor pecuário.
Esta investigação é mais uma evidência de que o bem-estar animal na indústria pecuária não pode continuar a ser tratado como uma questão secundária. O Volt continuará a lutar por mudanças legislativas e políticas que garantam maior transparência, responsabilidade e respeito pelos direitos dos animais em Portugal e na Europa.